A imagem abaixo é uma isoquanta, onde se representaram quatro combinações de factores – A, B, C e D – que permitem produzir a mesma quantidade do produto.
w e r representam respectivamente, o custo do trabalho (w de wages) e custo do capital. Se os salários forem de 2 um e o custo do capital for de 3 um, C representa a melhor combinação de factores. Se o custo do capital baixar para 1 será preferível uma combinação de factores mais intensiva em capital, B. Se os salários forem de 5 um e o custo da capital e 5,5 um... fica como exercício.
Definem-se como custos fixos a parcela monetária que é suportada mesmo que não haja qualquer produção; dentro de determinados limites, os custos fixos não são afectados por qualquer variação na quantidade produzida, como por exemplo, o ordenado dos administradores, a renda do edifício ou o custo de uma campanha publicitária.
Os custos variáveis representam a despesa que varia com o nível de produção, como as matérias-primas, salários e combustíveis.
Por definição os custos totais resultam da soma:
CT = CF + CV
O custo fixo médio obtém-se dividindo os custos fixos pela quantidade produzida, ie, CFM=CF/Q. Como CF é constante, o CVM apresentará uma curva decrescente com o nível de produção. Naturalmente, à medida que a empresa vende uma maior quantidade do produto, pode distribuir os custos fixos por mais unidades, reduzindo o CFM.
O custo variável médio é igual aos custos variáveis a dividir pela produção, ie, CVM=CV/Q. O CVM primeiro diminui e depois aumenta.
O custo marginal define-se como o custo adicional decorrente da produção de 1 unidade adicional. O CMg desce na fase inicial, atinge um ponto mínimo e depois sobe. Importa observar que o CMg cruza com o CVM e o CTM quando estes atingem o seu ponto mínimo.
Os estudantes conhecem bem uma aplicação prática deste mecanismo. Quando obtêm classificações inferiores à sua média, a média desce. Quando obtém classificações superiores à sua média, esta sobe.
A representação dos custos totais, fixos e variáveis, reflectindo as observações acima, apresenta a seguinte configuração.
Diz-se que uma empresa apresenta rendimentos crescentes à escala, também designados economias de escala, quando um aumento dos factores produtivos provoca um aumento mais do que proporcional no nível de produção.
Diz-se que uma empresa apresenta rendimentos decrescentes à escala, também designados deseconomias de escala, quando um aumento dos factores produtivos provoca um aumento menos do que proporcional no nível de produção.
Diz-se que uma empresa apresenta rendimentos constantes à escala, quando um aumento dos factores produtivos provoca um aumento proporcional no nível de produção.
A longo prazo, o nível de produção óptimo corresponde ao mínimo do custo unitário (a partir do qual haverá deseconomias de escala).
O mais comum é verificarem-se economias de escala, uma redução dos custos com o nível de produção que explica a concentração da actividade económica num número reduzido de empresas. Quando o volume de produção aumenta, podem existir economias em edifícios,
equipamentos, administração, vendas, publicidade, etc. Uma vez que os custos fixos passaram a ser distribuídos por maior volume de produção, os custos unitários baixaram. No limite, para volumes elevados da produção, quando os custos fixos unitários (CF/Q) tendem para zero, o custo unitário aproxima-se do custo variável unitário (CV/Q). Por outras palavras, o custo unitário aproxima-se do valor dos inputs necessários à sua produção: matérias-primas, mão-de-obra directa, energia, etc.
As empresas de menor dimensão têm maior flexibilidade para se adaptarem mais rapidamente a novas exigências dos mercados, adoptando mais facilmente novas tecnologias e empoderando as pessoas. Assim, fornecem produtos e serviços com preço competitivo e a qualidade desejada por determinados nichos de mercado, personalizando a sua oferta mais eficientemente que as grandes empresas, porque são mais ágeis para ultrapassar a burocracia e são valorizadas pela sua flexibilidade e iniciativa. As deseconomias de escala ilustram o paradigma Small Is Beautiful.
1. Completa a tabela e interpreta a linha correspondente a Q=4.
2. Representa graficamente CT=CF+CV. Justifica a configuração das curvas.
3. Representa graficamente a relação entre o Custo Marginal e os Custos Médios (CFM, CVM e CTM). Justifica a configuração das curvas.
4. Indica a combinação óptima de factores correspondente aos salários de 5 ao custo da capital de 5,5 completando a segunda imagem deste post.
5. Relaciona as economias de escala com a concentração que se verifica em muitos ramos da actividade económica: banca, automóvel, distribuição de combustíveis, distribuição a retalho, etc.
6. Demonstra que a concentração das empresas ocorre nos sectores com mais elevados custos fixos, recorrendo à lei das economias de escala.
7. Relaciona as (des)economias de escala com a curva do custo médio.
II
Partindo de uma leitura de Alfred Marshall, (Backup) apresenta três argumentos que justifiquem a concentração empresarial partindo das economias de escala.
SUGESTÕES DE LEITURA: Economias de escala e tendência para a fusão, Larga escala e rentabilização de maquinaria, Larga escala e economia de competências, Larga escala e atracção de trabalhadores excepcionais, Larga escala e homens de confiança.
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