Causas e tipos de desemprego

Uma primeira causa do desemprego encontra-se no desenvolvimento tecnológico:

  • Com a entrada da China e da Índia em força no comércio mundial, não faz sentido que Portugal continue a apostar no têxtil, vestuário e calçado como no
    passado. É uma guerra perdida. Eles fazem muito mais barato. Portanto – como se diz em Economia – é preciso mudar o perfil de especialização da economia. Traduzindo, abandonar aquelas actividades e passar a estar noutras com mais valor acrescentado, mais tecnológicas. As que fazem a diferença na economia global. E isto está a acontecer. Devagar, mas está. É um motivo de optimismo para quem olha para a economia portuguesa.
    No entanto, todas as mudanças têm custo. Fazem vítimas. E os desempregados são as baixas desta guerra. Quem fica sem emprego nos sectores tradicionais não é desejado nas novas actividades. É muito velho e não tem qualificações. Desta forma, surgiu uma camada da população acima dos 45 anos que está no desemprego e que ninguém sabe o que lhe fazer, nem o que lhe vai acontecer. Perante isto, a taxa de desemprego vai continuar lá em cima.
    https://www.ordemeconomistas.pt/xportalv3/publicacoes/dossier.xvw?desemprego&p=83739
A automação ou automatização dos processos produtivos consiste na substituição do trabalho humano por aparelhos que executam as tarefas. O processo de automatização transforma as actividades, qualificando umas e desqualificando outras. São facilmente automatizáveis as tarefas mecânicas, processo que decorre desde a Revolução Industrial, mas com o desenvolvimento dos computadores, a vaga de informatização posterior aos anos 1980 estendeu-se às actividades administrativas e científicas.

Conjuntamente com estes processos, outra causa de desemprego consiste na transferência do trabalho para o consumidor, que em resultado da reconfiguração das tarefas passa a desenvolver as mesmas em regime self-service. Um exemplo paradigmático é o caso da rede multibanco que reconfigurou o sistema bancário e a relação dos clientes com a banca:

  • A rede Caixa Automático MULTIBANCO (CA-MB), o primeiro projecto da SIBS, foi
    lançada em 1985. O seu funcionamento teve início com a instalação de 9 CA-MB nas cidades de Lisboa e Porto, as quais permitiam fazer levantamentos; consultas (saldos e movimentos) e alteração de PIN.
    Dez anos depois, a rede era constituída por 3.745 equipamentos.
    http://www.multibanco.pt/export/sites/sibs_multibanco/pt/documentos/AniversarioMB/2010_DOSSIER_25_ANOS_MULTIBANCO.pdf

    Ao longo dos anos a marca MULTIBANCO reforçou a abrangência da sua oferta de serviços proporcionando atualmente aos seus utilizadores o acesso a mais 90 de operações, que têm origem nos mais diversos canais, incluindo as redes de Caixas Automáticos (CA), de Terminais de Pagamento Automático (TPA), a internet e o telemóvel com a comodidade e segurança de sempre
    https://www.multibanco.pt/operacoes/
Um problema estrutural da economia portuguesa decorre de nunca se ter verificado uma fase de predomínio do sector industrial – como se observou nas restantes economias – desenvolvendo-se assim a terciarização numa economia frágil, porque esta não acrescenta valor significativo aos produtos. Em 2008, o peso da indústria na economia nacional foi ultrapassado pelo sector financeiro.

  • Segundo o INE, os "desempregados" incluem todas as pessoas acima de uma determinada idade que, durante o período de referência, estavam: a) "sem trabalho", isto é, não estavam num emprego remunerado ou num emprego por conta própria; b) "atualmente disponíveis para trabalhar", isto é, estavam disponíveis para um emprego remunerado ou por conta própria durante o período de referência; c) "à procura de trabalho", isto é tinham dado passos específicos num período recente especificado no sentido de procurarem emprego remunerado ou por conta própria. Os que não tenham feito diligências para encontrar trabalho por considerar não ter idade apropriada, não tenham instrução suficiente, não saibam como procurar, achem que não vale a pena procurar ou achem que não há empregos disponíveis, dizem-se inactivos desencorajados. (INE, Metainformação)
Quando os economistas referem que uma economia se encontra em pleno emprego, isso não significa que o número de desempregados seja nulo, mas sim que verifica uma taxa de desemprego reduzida, em que é compatível o crescimento da produção com a ausência de inflação. O desemprego natural corresponde ao nível aceite na situação de pleno emprego.

Designa-se por desemprego tecnológico aquele que é provocado pelo desenvolvimento das tecnologias.

Geralmente não se encontra emprego no dia seguinte àquele em que se terminou o curso ou abandonou outro emprego, contribuindo essa fase de passagem para o desemprego friccional.

Define-se a taxa de desemprego de longa duração como o peso da população desempregada à procura de emprego há 12 ou mais meses sobre o total da população ativa.
http://smi.ine.pt/Conceito/Detalhes?id=5082&lang=PT

  • Ao longo dos últimos anos tem-se vindo a verificar um aumento considerável na parcela que o sector terciário representa no mercado de emprego global. A tal não é certamente alheio o facto de o número de empregos intimamente relacionados com a informação (e o seu tratamento) ter crescido consideravelmente.
    A Sociedade da Informação exige uma contínua consolidação e actualização dos conhecimentos dos cidadãos. O conceito de educação ao longo da vida deve ser encarado como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes, aptidões e da sua capacidade de discernir e agir. A escola desempenha um papel fundamental em todo o processo de formação de cidadãos aptos para a sociedade da informação e deverá ser um dos principais focos de intervenção para se garantir um caminho seguro e sólido para o futuro.
    Livro Verde para a Sociedade da Informação


1. Constrói a partir da população desempregada à procura de novo emprego: total e por profissão anterior (PORDATA) um gráfico que evidencie como a percentagem de desempregados à procura de novo emprego varia com a profissão anterior, para:

a) Homens; PREVIEW

b) Mulheres. PREVIEW

2. Conjugando os dois gráficos anteriores, compara o desemprego masculino com o feminino. HELP

3. Constrói e comenta um gráfico representando a evolução das taxas de desemprego em Portugal, de 1983 até hoje, segundo o género.

4. Relaciona a mudança do perfil de especialização exigido pela economia portuguesa com a globalização das economias.

5. Explica um dos conceitos de desemprego apresentados acima, referindo porque este afecta particularmente os jovens.

6. Calcula e interpreta a taxa de desemprego, utilizando dados referentes ao 3º Trimestre de 2012.


7. Consultando o Livro Verde para a Sociedade da Informação, indica os pilares do conhecimento.

8. Refere a contribuição dos seguintes aspectos para o nível de desemprego:
- banalização da compra de produtos chineses;
- actividades em self-service;
- automação/automatização;
- informatização;
- globalização e integração económica.

Sem comentários: